De carona: Ícones da praticidade, motoboys somam mais de 2 milhões no país
De carona: Ícones da praticidade, motoboys somam mais de 2 milhões no país
Há nove anos no ramo por paixão à liberdade da vida sobre duas rodas, Gleice Kelly Bonate, trabalha em uma multinacional com a entrega de malotes de documentos. “É mais do que uma profissão, é o que amo e sei fazer. Sou apaixonada pela liberdade de conhecer novos lugares e estar nas ruas, muitas vezes mais perto da natureza”, garante. Entre os obstáculos próprios ao ofício, ela menciona o preconceito, que neste caso não se associa ao gênero, mas parece enraizado à natureza da profissão. “Sou até mais protegida por ser mulher, o que me faz acreditar que o preconceito é contra a categoria, olhada com certo desprezo. Já sofri ameaça de motorista ao me desculpar por ter acertado o retrovisor com o baú da minha moto”, conta.
Para a socióloga e mestre em Linguística, Júlia Lucca, o preconceito enfrentado pelos motoboys tem origem tanto na maneira pela qual as cidades são compreendidas, como na consciência que os profissionais têm de si mesmos. “São cidades imaginadas para automóveis, onde motoboy e sua moto não teriam lugar. Em São Paulo, por exemplo, há uma luta pela construção de motofaixas, mas não teríamos condições de criar faixas exclusivas para todos os tipos de transporte nas vias urbanas”, ressalva. Para ela, a existência de um cenário mais democrático no trânsito depende, sobretudo, do investimento em educação. “Precisamos aprender a conviver com o diferente e a respeitar as particularidades de cada meio de transporte”, conclui.
Fonte: Portal do Trânsito
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