Alugar próprio carro a desconhecidos vira ‘salário’ extra
Alugar próprio carro a desconhecidos vira ‘salário’ extra
Proprietários chegam a receber mais de R$ 1 mil por mês. Aluguel é até 30% mais barato do que em locadoras tradicionais.
Carro não é mais um “xodó”: se empresta sim, e até mesmo para desconhecidos. A prova de que a relação com o automóvel está mudando é o aumento no número de brasileiros que usam empresas de compartilhamento para alugar o próprio carro, por algumas horas ou dias.
Pelo menos 3 empresas apareceram nos últimos 2 anos, e já somam cerca de 28 mil usuários e quase 3 mil carros cadastrados – sem excluir os que estão em mais de uma plataforma.
O Fiat Bravo 2014 completíssimo do engenheiro Luan Bertuoli, de 28 anos, pode ser alugado por R$ 179 por dia, ou R$ 18 a hora, em São Paulo.
O valor é até 30% mais barato que um similar com os mesmos opcionais em locadoras tradicionais.
“Fiquei desempregado e isto está me ajudando a manter o carro. Não precisei me desfazer dele. Com o aluguel, pago a prestação e ainda sobra dinheiro”, conta Bertuoli, que começou a usar o sistema há apenas 3 meses.
Seja por causa de dificuldades financeiras ou por uma mudança na maneira de ver um bem parado na garagem, gerando apenas despesas, o negócio se tornou uma fonte de renda para proprietários, que chegam a receber mais de R$ 1 mil por mês na conta bancária.
Como funciona
Funciona basicamente assim: o dono cadastra seus dados e os do carro em um site, a empresa checa as informações com o Detran, verifica e-mail, celular e redes sociais.
Caso seja aprovado, o “anúncio” vai ao ar, para que interessados façam suas reservas.
Antes de aceitar um pedido, o proprietário pode ver detalhes de seu “cliente”, como número de telefone, avaliação feita por outros usuários, comentários, perfil do Facebook e ainda trocar mensagens ou telefonar, caso haja alguma dúvida.
Depois disso, basta combinar o local de entrega. O pagamento é feito por meio eletrônico, sem entrega de dinheiro vivo. Após a locação, os dois ainda podem fazer avaliações nos sites, que ajudam a escolher bons proprietários e motoristas. Veja 3 opções disponíveis no Brasil:

O corretor de seguros Jefferson Floriano, de 45 anos, também de São Paulo, disponibiliza um Ford Focus e um Peugeot 207 para aluguel e diz ganhar R$ 1 mil por carro ao mês, em média. “Queria monetizar um produto que era subutilizado. Moro perto do escritório e posso ir trabalhar a pé”, afirmou.
As plataformas de compartilhamento também ficam com a sua parte. Cada uma tem suas próprias taxas explicadas nos sites, mas, na média, elas giram em torno de 20%. Ou seja, um carro listado por R$ 100 dará R$ 80 ao dono no fim da diária.

E se bater?
Conseguir um seguro para as locações foi o maior obstáculo para o início do compartilhamento entre pessoas no Brasil. “Foram mais de 100 reuniões com seguradoras e 37 nãos”, lembra Guilherme Nagüeva, um dos sócios da Fleety, que foi a primeira deste tipo a operar no país, em setembro de 2014. Atualmente, ela atua nas regiões metropolitanas de São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba e Florianópolis.
A saga terminou com a criação de uma apólice modular sem burocracias, com cobertura de colisão, incêndio, roubo, furto, assistência 24h, responsabilidade civil e de pagamento de 100% da tabela Fipe, que vale durante todo o período do aluguel. E o valor já está incluso na diária.
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